A Casa Amarela
Tudo que é novo carrega a semente do que já foi. Renova, inova, evolui.
A Casa Amarela nasce como um rio, formado por vários afluentes: a arte, o artefato, o comércio justo, os saberes, o meio ambiente e a sustentabilidade. É um espaço em fluxo que integra, harmoniza, inspira, aspira e constrói.
A Casa Amarela abriga a extraordinária e singela coleção de artefatos indígenas, legado precioso dos irmãos Villas-Bôas. Abriga o acervo de arte da família Young Silva, que emula o Museu das Origens de Mario Pedrosa. Abriga o Ponto Solidário, loja, arte popular, referência de cuidado e amor. E emana, também, o espirito do mundo que queremos transformar: uma sociedade justa, pacífica, sustentável, solidária e bonita.
Gostaríamos de oferecer este pequeno ponto para a cidade de São Paulo. Somos mais uma andorinha buscando o Verão. É mais um espaço onde o paulistano poderá encontrar um pouco de si, para os outros. Um lugar de ternura e apreço. Um espaço solar nesse sisudo concreto.
Em 1888 Van Gogh alugou uma casa, com a ajuda do irmão Theo, e a pintou de amarelo, que para ele era a mais importante e simbólica cor, e sonhou ali estabelecer uma comunidade artística.
Nós, agora no século XXI, desejamos que o nosso amarelo, com as heras verdes de nossa fachada contra o tímido azul do céu da cidade, emule o turquesa onde todas as diferenças convergem e se transformam, generosamente.
Como escreveu Jeane Guimarães em seu texto "A casa sonhada de Van Gogh":
Metaforicamente, poderíamos dizer que “ a casa amarela” de Van Gogh habita em todos nós o desejo de realização.
Bem vindos!
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Matéria: Paulista, cultura e lazer, por Carla Chagas
O lugar que eu conheci dia desses não cabe aqui, num texto. Vai sempre faltar alguma coisa pra se falar da Casa Amarela. Dizer, por exemplo, que ali tem um museu, um espaço cultural e um café é quase nada. Contar que nasceu de uma associação sem fins lucrativos é muito pouco. Falar que a associação virou uma loja que vende, pensa, articula e movimenta o artesanato de várias regiões do país, através do comércio justo, ainda não é suficiente. É que sonho não se explica, não se define.
Esse lugar um dia foi o sonho de gente como Paula, Idália, Odile, Luiza, Heráclio e Ricardo que se concretizou na forma de uma charmosa casa, na Rua José Maria Lisboa, nos Jardins. Sua fachada, coberta de heras verdes, é um convite. Seu portão lateral um transporte. Da loja Ponto Solidário até o Museu Xingu, você pode achar um presente especial ou comer um bolinho de chocolate com a Paulinha, dona de um simpático sorriso e gerente do Café da Casa.
Pode marcar uma reunião de trabalho numa sala inspiradora chamada Caranguejo ou participar de um bate-papo com um artesão do Piauí. Pode simplesmente mergulhar em nossa “matriz tupi”, como diria Darcy Ribeiro. Pode mesmo se esquecer do que ia fazer ali, como aconteceu comigo. Pode muito. Pode nada. Pode tudo o que não coube aqui neste meu texto.